quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Uma Aspirina diária, Bom ou ruim?

Aspirina, o medicamento mais utilizado no mundo, é um analgésico que reduz a dor, mas também tem propriedades anti-inflamatórias

Tantos médicos recomendam aspirina para a prevenção de doenças cardiovasculares tais como ataques cardíacos e derrames.
Agora, no entanto, pesquisa realizada com mais de 100.000 pacientes, revelou que a droga, tomado diariamente, pode fazer mais mal do que bem para uma pessoa saudável.
De acordo com o estudo publicado no Archives of Internal Medicine (Archives of Internal Medicine), o risco de hemorragia interna, um dos efeitos colaterais da aspirina, é muito elevada entre aqueles que tomam todos os dias.
Cientistas da Universidade de Londres, que conduziu o estudo, concluem que só pessoas com um histórico de problemas cardíacos ou acidente vascular cerebral deve tomar os comprimidos.
Mas a decisão final, eles acrescentam, deve ser levada ao médico.
A aspirina é rotineiramente prescritos para pessoas que já sofreram um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral.
Sabe-se que a droga impede a formação de coágulos nas veias e artérias, impedindo plaquetas circulantes no sangue para ficar juntos.
Ao reduzir os coágulos de sangue, os comprimidos de reduzir o risco de ter um outro evento cardiovascular.
Outros estudos também têm demonstrado grande que a droga pode impedir que alguns dos tipos mais comuns de câncer.
Mas um de seus efeitos colaterais mais conhecido é o risco de causar hemorragia interna, incluindo o cérebro.
Até agora a comunidade científica tem debatido se as pessoas apenas em situação de risco devem tomar aspirina ou até mesmo adultos saudáveis.

No Reino Unido, as recomendações do estado de organizações de saúde que os pacientes com alto risco cardiovascular mais de 50 anos pode tomar 75 mg de aspirina diariamente.
Bom ou ruim?
Mas em 2008, o Boletim Drogas e Terapêutica do Reino Unido estabeleceu que a aspirina como medida preventiva só é recomendado quando já há evidência de doença cardiovascular.
O novo estudo analisou dados de nove ensaios clínicos envolvendo 102.621 pacientes.
Eles descobriram que, embora tenha havido uma redução de 20% em ataques cardíacos não fatais entre aqueles que tomam aspirina, não houve redução nas mortes por doença cardíaca, derrame ou câncer.
E, ainda assim, o risco de potencialmente fatal hemorragia interna aumentou 30%, dizem os cientistas.
"Para cada 73 pessoas tratadas em um período de seis anos vai ver um desses sangramentos não-trivial", diz a BBC Professor Kausik Ray, St George Hospital, em Londres, que liderou o estudo.
"Para cada 160 pessoas tratadas no mesmo período, seria impedir um ataque cardíaco em qualquer forma que provavelmente não teria sido letal."
"Isso sugere que o benefício líquido de aspirina não está lá e certamente não prolongar a vida. Na verdade, se você pensar sobre isso, ao invés de lucro líquido é um dano net", acrescenta o cientista.
Este estudo acompanhou os pacientes por uma média de seis anos.
Mas outra pesquisa conduzida pelo professor Peter Rothwell da Universidade de Oxford, que acompanharam os pacientes por mais tempo, descobriram que pessoas que tomam uma dose diária de aspirina pode reduzir o risco a longo prazo de vários tipos de câncer.
Segundo o professor Rothwell, a nova pesquisa "foi muito bem feito, mas eu acho que você tem conseguido um avanço nas discussões."
"Na realidade, apenas ressalta a necessidade de realizar análises mais detalhadas sobre como os riscos mudam com o tempo."
Natasha Stewart, British Heart Foundation, diz que "a aspirina pode reduzir o risco de ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral entre os pacientes com doença cardiovascular conhecida e este grupo de pessoas deve continuar a tomar aspirina quando prescrito pelo seu médico."
"Nossa recomendação é que as pessoas sem doença cardíaca sintomática ou o diagnóstico não devem tomar aspirina, porque o risco de hemorragia interna pode superar os benefícios."
"Se você está tomando a prescrição de aspirina e tiver algum interesse, não apenas parar de tomá-lo. A primeira coisa a fazer é consultar o seu médico", acrescentou.

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